Salta, um oásis em altura

Salta, um oásis em altura

No extremo norte da Argentina, Salta é o lar dos vinhedos comerciais mais altos do mundo, que podem chegar a 3 mil metros acima do nível do mar. Esta altitude é a chave para se entender como é possível ter, nestas latitudes, produção de vinhos de qualidade.

 

Uma história dos tempos Incas

Vinhedos da Estancia Los Cardones, em Salta, com os cerros Calchaquíes ao fundo

A região tem uma história muito antiga, tendo feito parte da expansão do Império Inca desde o século XII. A palavra Salta, inclusive, tem dois possíveis significados ligados a esta origem, que significam “local lindo e agradável para assentar-se”, na língua Quechua, ou fazendo referência ao nome de uma tribo, “sahta”, que habitava o local quando da chegada dos espanhóis, em 1535. 

Os espanhóis fizeram da região um importante corredor de passagem pelo centro da América do Sul. Com eles vieram os religiosos jesuítas que, no século XVII, introduziram o cultivo da vinha na zona. 

 

Clima "perfeito" para a uva

O clima e a paisagem de Salta, desérticos, com pedras por todos os lados e cactos, principalmente os da espécie cardon, adiantam que a uva, acostumada a condições adversas, é uma das únicas culturas possíveis. Mas não sem contar com a indispensável altitude. 

O cultivo da videira para vinhos de qualidade superior é possível, na zona, justamente por seus vinhedos estarem plantados em altitudes entre 1500 e 3100 metros de altitude. Como Salta fica bastante a Norte das zonas de maior qualidade, como Mendoza, a temperatura mais amena dos terrenos mais altos, juntamente com sua grande variação entre o dia e noite, faz com que a região consiga ter uma viticultura de qualidade. 

 

Vinhos únicos de um terreno inóspito

A paisagem da Estancia Los Cardones, vinícola em Tolombón, Salta

As uvas mais plantadas nesta zona seca e inóspita são a Malbec, entre as tintas, e, dentre as brancas, a única variedade autóctone da Argentina, a Torrontés Riojano. Os solos muito arenosos e secos fazem necessária alguma irrigação, e o sol inclemente torna as peles das uvas mais grossas, fazendo com que concentrem mais compostos de aroma e sabor em suas cascas. A zona, muito seca e alta, tem grande variação de temperatura entre dia e noite, promovendo um amadurecimento completo e ajudando a reter notas frutadas e florais nos vinhos. 

Malbec da Estancia Los Cardones, em Salta

Em se falando de Argentina, esperamos vinhos intensos, encorpados, com notas frutadas e especiadas. Salta tem tudo isso junto a toques minerais, oriundo de seus solos pedregosos, e altas concentrações de fruta vermelha e negra madura, mas não compotada, nos vinhos elaborados em altitudes maiores. O Malbec é muito distinto, e o Torrontés, fragrante, floral e refrescante. 

 

Comidas e bebidas de Salta

Empanadas salteñas, receita comum do norte da Argentina e Bolívia

Os vinhos harmonizam perfeitamente com a gastronomia local. Os brancos de Torrontés casam perfeitamente com alguns pratos tradicionais da comida andina, como as humitas. Mas Salta “briga” com Mendoza em relação às famosas empanadas, cujo recheio salteño, comum entre o norte da Argentina e Bolívia, é mais “caldoso”, harmonizando perfeitamente com os diferentes estilos de vinho tinto elaborados aí. 

Você já conhece os vinhos de Salta? Clique aqui e saiba mais sobre a Estancia Los Cardones, um verdadeiro oásis em meio ao deserto de Salta que elabora alguns dos vinhos mais originais e pontuados da região. 

A magnífica paisagem da Estancia Los Cardones

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